Nesse
exato momento eu estou voltando do Rio e eu juro que realmente não queria
incomodar a pessoa do meu lado com a luz do notebook, mas não vai dar. Desde
que saí da rodoviária estou olhando pela janela e tentando digerir algumas
coisas e eu sinto que preciso escrever sobre isso, então vou continuar lutando
contra as curvas da serra de Petrópolis e fazer o que tenho que fazer. Nessa
semana começaram minhas aulas e se ontem alguém me perguntasse “valeu a pena ir
estudar no Rio?”, eu não sei o que diria. Claro que sempre vale pela experiência
e pelos novos ares. Ainda assim, como já falei com alguns amigos, a PUC é ótima,
mas a gente acaba reconhecendo um mesmo sistema em todas as universidades e
isso sempre desanima um pouco; além disso, tem todo o cansaço de morar numa
cidade a três horas de distância, ter que acordar de madrugada, perder horas no
trajeto e ainda trabalhar, sem contar o dinheiro que isso tudo custa. É legal
estudar no Rio, mas é foda ter que ir pro Rio. Enfim. Mas se alguém fizesse a
mesma pergunta hoje, às 16h, eu diria um “sim” bem sonoro. Isso porque tive hoje
a melhor aula da minha vida. Digo sem vergonha e sem desmerecer todas as aulas
(e professores) maravilhosos que tive antes. Mas o que aconteceu hoje me deixou
meio abobada por um tempo (e talvez por isso mesmo a aula seguinte tenha me
parecido meio fuen). E foi: eu me
reconheci na professora. Não eu enquanto pessoa, nem nada relacionado ao meu
objeto específico, mas sim à paixão por fazer o que faço. A apresentação que
ela fez para receber a turma me tocou de uma forma absurda e eu entendi que
sim, vale a pena vir pro Rio, ficar cansada, gastar dinheiro etc. Vale a pena
porque eu amo isso tudo: eu amo acordar cansada por ter ficado até tarde lendo
sobre o que estudo e amo escrever sobre isso em qualquer circunstância – até mesmo no
ônibus incomodando o moço aqui do lado (desculpa!). Então eu tive uma vontade
imensa de largar tudo que não me permite total dedicação à pesquisa e me
afundar de vez nessa vida de ler, não dormir, ter dor na coluna, escrever e
tomar café preto.
PS: Esse desabafo corrido deve necessariamente ser dedicado a essa professora, a Rosana
Kohl. E é possível que futuramente eu precise dedicar a ela também a minha
dissertação.
PS2: Não é mais “nesse exato momento”, mas ainda vale.
Quero isso na minha vida.
ResponderExcluirum dia aparece, amiga. quando você menos esperar. :)
ExcluirSempre soube que você fez a coisa certa indo pro Rio, amiga. Estou precisando disso pra minha vida, quem sabe um dia eu não mando um email pra essa moça e falo "então, será que rola de assistir uma aula sua, assim, do nada?", porque você sabe, né? Cada dia é menos um dia pra mim.
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