15.8.13

There is a light that never goes out

Nesse exato momento eu estou voltando do Rio e eu juro que realmente não queria incomodar a pessoa do meu lado com a luz do notebook, mas não vai dar. Desde que saí da rodoviária estou olhando pela janela e tentando digerir algumas coisas e eu sinto que preciso escrever sobre isso, então vou continuar lutando contra as curvas da serra de Petrópolis e fazer o que tenho que fazer. Nessa semana começaram minhas aulas e se ontem alguém me perguntasse “valeu a pena ir estudar no Rio?”, eu não sei o que diria. Claro que sempre vale pela experiência e pelos novos ares. Ainda assim, como já falei com alguns amigos, a PUC é ótima, mas a gente acaba reconhecendo um mesmo sistema em todas as universidades e isso sempre desanima um pouco; além disso, tem todo o cansaço de morar numa cidade a três horas de distância, ter que acordar de madrugada, perder horas no trajeto e ainda trabalhar, sem contar o dinheiro que isso tudo custa. É legal estudar no Rio, mas é foda ter que ir pro Rio. Enfim. Mas se alguém fizesse a mesma pergunta hoje, às 16h, eu diria um “sim” bem sonoro. Isso porque tive hoje a melhor aula da minha vida. Digo sem vergonha e sem desmerecer todas as aulas (e professores) maravilhosos que tive antes. Mas o que aconteceu hoje me deixou meio abobada por um tempo (e talvez por isso mesmo a aula seguinte tenha me parecido meio fuen). E foi: eu me reconheci na professora. Não eu enquanto pessoa, nem nada relacionado ao meu objeto específico, mas sim à paixão por fazer o que faço. A apresentação que ela fez para receber a turma me tocou de uma forma absurda e eu entendi que sim, vale a pena vir pro Rio, ficar cansada, gastar dinheiro etc. Vale a pena porque eu amo isso tudo: eu amo acordar cansada por ter ficado até tarde lendo sobre o que estudo e amo escrever sobre isso em qualquer circunstância – até mesmo no ônibus incomodando o moço aqui do lado (desculpa!). Então eu tive uma vontade imensa de largar tudo que não me permite total dedicação à pesquisa e me afundar de vez nessa vida de ler, não dormir, ter dor na coluna, escrever e tomar café preto.


PS: Esse desabafo corrido deve necessariamente ser dedicado a essa professora, a Rosana Kohl. E é possível que futuramente eu precise dedicar a ela também a minha dissertação.

PS2: Não é mais “nesse exato momento”, mas ainda vale.


3 comentários:

  1. Sempre soube que você fez a coisa certa indo pro Rio, amiga. Estou precisando disso pra minha vida, quem sabe um dia eu não mando um email pra essa moça e falo "então, será que rola de assistir uma aula sua, assim, do nada?", porque você sabe, né? Cada dia é menos um dia pra mim.

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