13.8.13

Mais amor, pfv

Como eu disse no post anterior, é engraçado como as pessoas sempre têm algo a dizer sobre design de livros. Ainda que elas não pensem nisso como algo realmente importante, acaba sendo um tópico que dá muita conversa. Digo isso principalmente por causa de duas experiências que tive esse ano. Vou falar primeiro da mais recente e a outra vai ficar pro próximo post.

Essa semana fui a Viçosa apresentar uma comunicação sobre a minha pesquisa. Era uma mesa bem friendly (o grupo que eu fui e mais um forasteiro), mas eu não esperava que fosse tão receptiva. Acho que me acostumei às sessões de comunicação vazias, em que você fala sobre seu trabalho e depois escuta pacientemente os outros participantes, sabendo que eles também foram pacientes ao ouvir a sua apresentação. Normalmente é assim; raramente tem público. Já aconteceu algumas vezes, mas não é freqüente.

Terça foi um desses dias que surpreendem. Quatro pessoas se apresentariam, mas quando cheguei já havia outras na sala. Depois das comunicações, fiquei surpresa com a quantidade de comentários que as pessoas fizeram. Uma amiga apresentou um trabalho sobre quadrinhos e também fez sucesso. Eu acho que as pessoas meio que se sentem representadas, sabe? Porque se você lê quadrinhos, tudo bem, mas nem sempre existe uma abertura para estudar esse tipo de coisa. E de repente você repara, sim, em capas de livro, ou em projetos mais ousados graficamente, mas quem é que vai estudar isso? Aí entra o Jonathan Safran Foer, esse lindo. Que escreveu dois livros que eu amo e abro todo dia pra dar uma admiradaE que, olhando agora, parece o prefeito de Juiz de Fora.


Pra quem não lê inglês, é basicamente isso: as pessoas têm sempre muito a falar sobre arte de galerias, mas e a arte que está nas páginas dos livros? É estranho que ela seja deixada de lado, não? E não é que não haja o que falar, mas falta o espaço. E falta incentivo também, eu acho. Alguém que te diga vai lá estudar o que você acha legal de verdade. A vida acadêmica exige muito da gente e às vezes é preciso olhar pro próprio umbigo pra chegar ao fim com um pouco de sanidade.


Minha teoria é: todo mundo se importa com a questão visual. Acho mesmo que hoje em dia é impossível não se importar, diante de tantas telas e recursos e tudo o mais. Mas pouco se divulga que isso pode ser objeto de estudo e de preocupações sérias, não só uma mania sua. Muita gente ainda tem essa ideia torta de que a academia é lugar pra ficar todo mundo repetindo a mesma coisa. Mas não é, gente, pfv.


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