27.9.13

Back to rotina


O blog esteve parado porque ele é o diário de uma dissertação que: está parada. Andei às voltas com milhões de coisas que nada têm a ver com o mestrado (leia-se: show do Metallica) e tenho estado bem afastada de tudo nas últimas semanas. Provavelmente vou me arrepender disso daqui a alguns meses. Mas agora estou de volta e mais animada do que antes porque já não vou cursar uma disciplina que estava me matando. Prioridades. E a minha é minha sanidade, então vim aqui falar de algumas coisas boas.

A primeira delas é o curso de Produção Gráfica Editorial na Universidade do Livro da UNESP. É a primeira edição à distância e provavelmente vão oferecer novamente, caso alguém tenha interesse. É basicamente sobre a confecção do livro e é bem interessante. Aliás, agora a UNIL começou a fazer cursos à distância e, embora as noções sejam bem básicas, é uma oportunidade de transformar em certificado o que a gente já sabe na prática.

A segunda coisa é: promoção da Cosac Naify ♥. Pra quem não viu, teve uma promoção há algumas semanas com descontos de até 70%. O resultado disso foi a fatura do cartão um pouco mais pesada, mas o coração cheio de amor. 

Esse é o Linha do tempo do design gráfico no Brasil, organizado pelo Chico Homem de Melo e pela Elaine Ramos, e devo dizer que é obrigatório na prateleira de qualquer designer ou pesquisador da área.


O outro também é organizado pelo Chico Homem de Melo, mas tem mais textos críticos. O nome é O design gráfico brasileiro - Anos 60 e também é must have.



Fiquei abismada com a qualidade dos dois. Assim, claro que eu já sabia que eram bons porque é Cosac, mas quando eles chegaram e eu pude finalmente sentir, tocar, cheirar etc, fiquei encantada.

E por último, mas não menos importante, quero divulgar um texto. 

Rosana Kohl Bines

Sim, propaganda. Lembram daquele dia que tive uma aula ótima e voltei no ônibus escrevendo o post? Pois é, esse é o texto que a professora Rosana Kohl leu na sala. Acho revigorante para todos nós que escolhemos viver de ler.

20.8.13

Sobre São Paulo e a poesia de suas esquinas


Hoje eu quero falar sobre a outra experiência que me fez pensar sobre o alcance das questões relacionadas à visualidade. Foi uma das coisas mais lindas que já me aconteceu. Em abril saiu um artigo meu numa revista online – e ele poderia se chamar “como tudo começou”. Está disponível aquiMas o que importa é que, quando foi publicado, divulguei no Facebook e ele acabou caindo nas mãos da Silvana, essa linda, que mora em São Paulo e estuda Produção Multimídia no Senac. Resumão da ópera: ela gostou, divulgou, as pessoas gostaram e de repente ela me chamou pra ser PALESTRANTE num evento que eles estavam organizando. Eu morri três vezes antes de aceitar o convite.

E lá fui eu sozinha pra Sampa. Belezas à parte (ônibus que chega na hora na rodoviária, hostel que é puro amor), toda a viagem foi bem legal. São Paulo é vida. E o Senac também. O Mundus Spectaculum foi organizado pelos alunos da turma da Silvana e reunia todo o curso em torno de apresentações dos próprios estudantes e, ao fim de cada dia, havia uma palestra. E uma delas era a minha. Eu falei basicamente sobre o meu trabalho, mostrei alguns dos livros que me interessam e fiz minha defesa de sempre: por uma universidade mais aberta e transdisciplinar.

O que mais me encantou nessa viagem foi o centro de informática com iMacs a abertura dos alunos da área de design a essa minha proposta, coisa que raramente vejo quando falo com gente da Literatura. Respondi a várias perguntas, várias pessoas vieram falar comigo depois pra dizer que olha, muito legal o que você falou, tem que ser assim mesmo ou você conhece tal livro?, porque você devia usar. Foi uma recepção muito linda a que eu e meus slides com livros bonitos tivemos.

O que eu concluí dessa viagem foi o seguinte: tem gente querendo fazer todo esse movimento de troca, sim. De trânsito entre as áreas. Não são poucos. Só falta um canal pra essas pessoas se conhecerem, porque às vezes tem uma em Minas, duas em SP, outra na Paraíba... é isso que falta. A internet ajuda, claro. Mas não é só. Acho que falta contato pessoal. De ir lá e ver que a pessoa tem o mesmo interesse que você, trocar ideias etc.


Porque, como eu já disse e sempre vou dizer, tem muita gente no mundo que ama livros bonitos. Mas quem estuda isso? Eu estudo. E deve ter mais gente por aí.


15.8.13

There is a light that never goes out

Nesse exato momento eu estou voltando do Rio e eu juro que realmente não queria incomodar a pessoa do meu lado com a luz do notebook, mas não vai dar. Desde que saí da rodoviária estou olhando pela janela e tentando digerir algumas coisas e eu sinto que preciso escrever sobre isso, então vou continuar lutando contra as curvas da serra de Petrópolis e fazer o que tenho que fazer. Nessa semana começaram minhas aulas e se ontem alguém me perguntasse “valeu a pena ir estudar no Rio?”, eu não sei o que diria. Claro que sempre vale pela experiência e pelos novos ares. Ainda assim, como já falei com alguns amigos, a PUC é ótima, mas a gente acaba reconhecendo um mesmo sistema em todas as universidades e isso sempre desanima um pouco; além disso, tem todo o cansaço de morar numa cidade a três horas de distância, ter que acordar de madrugada, perder horas no trajeto e ainda trabalhar, sem contar o dinheiro que isso tudo custa. É legal estudar no Rio, mas é foda ter que ir pro Rio. Enfim. Mas se alguém fizesse a mesma pergunta hoje, às 16h, eu diria um “sim” bem sonoro. Isso porque tive hoje a melhor aula da minha vida. Digo sem vergonha e sem desmerecer todas as aulas (e professores) maravilhosos que tive antes. Mas o que aconteceu hoje me deixou meio abobada por um tempo (e talvez por isso mesmo a aula seguinte tenha me parecido meio fuen). E foi: eu me reconheci na professora. Não eu enquanto pessoa, nem nada relacionado ao meu objeto específico, mas sim à paixão por fazer o que faço. A apresentação que ela fez para receber a turma me tocou de uma forma absurda e eu entendi que sim, vale a pena vir pro Rio, ficar cansada, gastar dinheiro etc. Vale a pena porque eu amo isso tudo: eu amo acordar cansada por ter ficado até tarde lendo sobre o que estudo e amo escrever sobre isso em qualquer circunstância – até mesmo no ônibus incomodando o moço aqui do lado (desculpa!). Então eu tive uma vontade imensa de largar tudo que não me permite total dedicação à pesquisa e me afundar de vez nessa vida de ler, não dormir, ter dor na coluna, escrever e tomar café preto.


PS: Esse desabafo corrido deve necessariamente ser dedicado a essa professora, a Rosana Kohl. E é possível que futuramente eu precise dedicar a ela também a minha dissertação.

PS2: Não é mais “nesse exato momento”, mas ainda vale.